A volta de Gabriela Pugliesi ao Instagram
27/07/2020
A influenciadora digital Gabriela Pugliesi retornou, na última segunda-feira (20), ao Instagram.
O nome da blogueira ficou entre os assuntos mais comentados do Twitter durante toda a noite do dia 20 de julho, após a publicação do post.
Em abril, a blogueira fitness virou alvo de críticas, perdeu seguidores e contratos com várias marcas após reunir amigos para uma festa em sua casa. Pugliesi, que vende um estilo de “vida saudável” nas redes sociais, divulgou vídeos do encontro onde se mostrou não dar importância ao isolamento e ao perigo do contágio nos seus stories.
Desde este dia em que ela foi “cancelada” eu venho ensaiando um post sobre cancelamento e tentando entender e analisar de perto esse movimento e seus impactos.
Não havia conseguido falar sobre isso até hoje, por realmente não conseguir chegar a uma conclusão.
Mas vou falar abertamente sobe isso, sem o medo de ser cancelada.
Risos…
Em vídeo de 12 minutos, a influenciadora afirmou que que teve um período de “aprendizado” após cometer um “erro imaturo e inconsequente”.
“Vivi dias extremamente necessários fora da internet que foram muito importantes pra mim, para o meu aprendizado. No início foi duro, porque veio acompanhado de um erro imaturo, inconsequente”, afirmou Pugliesi. “Para quem não lembra, naquele dia que eu furei a quarentena reunindo uns amigos aqui em casa, fiquei bêbada, falei besteira, aquele diz eu tava muito feliz e esqueci do mundo”, completou.
O longo vídeo de Pugliesi não convenceu muitos internautas.
Ela apareceu vestida de branco, com uma fala calma, serena e pouca maquiagem.
Segundo os internautas, a grande quantidade de cortes que as imagens apresentam comprometeriam a naturalidade do vídeo e mostraria que cada palavra foi muito pensada para recompor sua imagem .
Segundo alguns internautas ” ela usou a velha sacada da camiseta branca, cabelo partido, pouca maquiagem. samy energy, que fala?”
“A Gabriela Pugliesi reativou o instagram. É bom pq quem não conseguiu dar unfollow por causa da estratégia dela de desativar o perfil, pode dar o unfollow agora. Já passou da hora de entenderem que valorizar bonsconteúdos na internet é também parar de seguir quem é um desserviço.”@biasintra
Claro que também teve vários elogios dos seguidores fiéis.
Lendo e pesquisando sobre a cultura do cancelamento encontrei no instagram alguém que pensa exatamente como eu, André Carvalhau.
Ele diz:
“Por um lado me parece que a cultura do cancelamento é errada, pois pressupõe que todos estamos prontos.
Ela não considera que somos todos seres em construção, que estamos aqui para aprender, errar e evoluir.
Cancelar uma pessoa parece ser o sinal de que não acreditamos na melhora e evolução humana e muitas vezes fazemos isso sem olharmos para nós mesmos, os nossos erros, incoerências e processos individuais.
Esse fenômeno traz uma coisa muito ruim para a sociedade que é o medo de ser livre, de experimentar, de se expressar, se expor e com isso aprender/crescer. muitas vezes ela barra e interrompe diálogos importantes, agindo de forma autoritária, como se houvesse apenas uma única verdade absoluta.
Existe um limite para a tolerância?
Esse fenômeno traz uma coisa muito ruim para a sociedade que é o medo de ser livre, de experimentar, de se expressar, se expor e com isso aprender/crescer. muitas vezes ela barra e interrompe diálogos importantes, agindo de forma autoritária, como se houvesse apenas uma única verdade absoluta.
Existe um limite para a tolerância?
Qual é esse limite e quem o impõe?
Vejo muitas pessoas que são contra o cancelamento, promoverem diariamente o cancelamento de políticos, celebridades e pessoas em suas redes.Mas quem determina quem deve ser cancelado?
Vale frisar que o cancelamento ao qual me refiro aqui é aquele que tem a ver com deixar de seguir, se relacionar ou envolver.”
Na minha opinião, a cultura do cancelamento se resume no tal paradoxo da tolerância onde defender a tolerância exige não tolerar o intolerante.
Penso que se alguém nao acrescenta nada a você e vai contra os seus a tudo que você acredita, deixar de seguir chega a ser uma questão de sobrevivência, de manter a saúde mental.
Já deixar de seguir por achar que a pessoa errou é arrogância, uma vez que todos nós somos passíveis de erros.
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