A moda que vem da periferia
Shortinho jeans, estampas, bonés de aba reta, tatuagens… Com “I Love Paraisópolis”, Mc Guimê e Valesca, as barreiras de estilo entre centro e periferia começam a ser quebradasMari ( Bruna Marquezine ) e Grego ( Caio Castro ) em cena na novela I Love Paraisópolis de 2015.
Mari gosta de jeans justinho, tops curtos e vestidos floridos de alcinha. Danda usa saias estampadas, shorts com a barra desfiada e blusas com recortes nos ombros, que deixam uma faixinha da barriga aparecendo. Grego é adepto do look ostentação e curte regata, boné de aba reta e correntes e aneis dourados. Interpretados por Bruna Marquezine, Tatá Werneck e Caio Castro, respectivamente, os três personagens da novela ‘I Love Paraisópolis’, da Rede Globo, têm levado o estilo de Paraisópolis, a segunda maior favela de São Paulo, para o restante do país.”Fizemos pesquisas nas redes sociais e entramos nos perfis das blogueiras da comunidade para entender qual o comportamento de quem vive ali”, afirma Labibe Simão, responsável pelo figurino do folhetim. “Em Paraisópolis, São Paulo não é cinza. A paleta de cores é viva, cheia de estampas geométricas, cores e texturas que se misturam. Além disso, os looks das meninas são práticos, com shorts e bermudas stretch e sapatilhas no dia a dia.”
Cada vez mais, quando se trata de moda e comportamento, as barreiras entre centro e periferia vêm sendo quebradas. Valesca Popozuda, a funkeira nascida no subúrbio carioca, acaba de virar garota-propaganda da grife Morena Rosa, ao lado da modelo Isabeli Fontana, da modelo Lea T., e da consultora de moda Costanza Pascolato. De Osasco para o País todo, Mc Guimê, o pai do funk ostentação, tem suas músicas tocadas em grandes rádios e é amigo de Neymar – com seu corte de cabelo moicano, suas tatuagens e suas joias brilhantes, o jogador, aliás, é um bom símbolo dessa união.
No ensaio, fotografado na favela, as cores das casas, as paredes desgastadas e o chão de terra fazem contraponto às peças de alfaiataria de corte e acabamentos impecáveis. ‘Venho de uma família humilde e sentia vergonha disso. Então, percebi que poderia usar o sentimento como mote para o meu trabalho’, afirma Pimenta. ‘A periferia inspira a moda a pensar o oposto, o avesso, o contrário.’ Essa influência que vem das comunidades é também o tema de um estudo de antropologia de Leticia Abraham, vice presidente executiva da consultoria de tendências WGSN na América Latina. ‘’Trabalhei em diferentes capitais e conversei com pessoas que têm renda familiar entre 2 e 8 salários mínimos e têm mais de duas horas de deslocamento entre a casa e o trabalho”, conta Leticia. ‘’Meu objetivo era entender o que eles levam e o que trazem de valores do centro urbano para a periferia, já que transitam por diferentes realidades sociais todos os dias.’
Em termos de estilo, Leticia notou que as mulheres sempre andam na rua com a bolsa e uma sacola de marca de moda para levar o que não coube. Calça skinny, blusinhas curtas e tênis ou sapatilha complementam o visual. ‘O cabelo é sempre uma prioridade e o salto alto não tem vez’, afirma Leticia. Isso, no caminho até o trabalho – afinal, o look noite pede plataformas altas, vestidos justos e maquiagem. No melhor estilo Kim Kardashian, Valesca, Anitta e tantas outras mulheres que agradam consumidoras de diversas classes sociais. ‘Todo esse movimento de convergência só se acelera com a tecnologia’, acredita Costanza Pascolato. ‘A questão da moda hoje segue absolutamente a questão do comportamento e tem uma velocidade impressionante. Ontem eu fazia roupa para a popozuda, hoje faço para o funk ostentação e amanhã já vai ser diferente.’
A alta moda é inacessível, e essa é a diferença da moda da periferia. A moda periférica pode ser acessível para muitas pessoas, o que é muito bom, e ela é, hoje em dia, ditadora de tendências. É a partir dela que surge uma mistura de cultura, entre a alta moda do passado e as tendências de hoje.
A moda da periferia é diferente da alta moda, pois ela valoriza a figura da celebridade. Por exemplo, ela vê o Neymar, ou seja, pessoas que são acessíveis a todos, e incorpora isso na vida da comunidade, levanto o sentimento de ser importante. Essa divisão existe, mas ao mesmo tempo está sendo quebrada. Ninguém precisa ter peças da alta moda para ficar chique. Podemos usar roupas que compramos em um brechó e combinar com outras mais baratas e, assim, ter ao mesmo estilo, ou até melhor, dos que são desfilados na passarela.
Existe uma união das duas modas. Desde os anos 80, a revista i-D explorou esse mundo e acabou misturando a pessoa real com a moda. Ela escolhia modelos e pessoas da rua para fotografar, como uma punk desconhecida com peças dela e com um casaco da Chanel, mostrando a união de diversidades. Portanto, essa união já vem acontecendo, mas não muito bem vista, pois muitas pessoas que podem comprar peças mais acessíveis não compram um casaco da Chanel, mas, de qualquer forma, a i-D sempre disse que isso pode acontecer.
Para a sociedade, o que essa união representa é uma mistura mesmo. Ela influencia o lifestyle, porque a roupa é a segunda pele, é o que vestimos todos os dias e, consequentemente, fala um pouco sobre nós mesmos. Ela mostra que não precisamos ter acesso a essas roupas caras para continuar a ter estilo, pois o estilo é interno e, ao ter estilo, podemos acompanhar as tendências, mesmo não tendo as roupas da alta moda.
Moda da periferia
A moda envolve a ligação entre o vestuário e o período histórico em que estamos vivendo e surge de acordo com o contexto político, social e cultural de cada época. Portanto, a moda emergente na periferia reflete o comportamento de quem vive a realidade das comunidades localizadas à margem do centro urbano e também representa uma forma de inclusão e de resistência, uma vez que não procura, necessariamente, se encaixar nos padrões definidos pela ditadura da moda, mas, pelo contrário, se baseia na variedade de pessoas como uma forma de expressão.
No entanto, as barreiras entre centro e periferia vêm sendo quebradas, principalmente por meio de algumas iniciativas que promovem a interação da moda de grife com as comunidades periféricas. Um exemplo disso é uma parceria entre a São Paulo Fashion Week e a Secretaria Municipal de Educação, que levam o Projeto Moda no CEU a Centros Educacionais Unificados (CEUs), envolvendo desfiles, palestras, workshops, filmes e exposições, e que já recebeu estilistas de renome, como Alexandre Herchcovitch e Raquel Davidowicz (da marca UMA). O estilista João Pimenta realizou um desfile em 2014 no CEU Meninos e, desde então, participa de palestras da iniciativa e acredita que “Dentro da favela, a moda é pulsante e viva, porque tem muita gente, muitos tipos de pessoas vestindo coisas diferentes. E a moda precisa de contrastes”.
Projetos como esse contribuem para a ruptura do muro que separa a alta costura do estilo que surge em bairros carentes, pois “A moda vai ser de verdade quando todo mundo se envolver”, como declarou Pimenta durante uma palestra do Moda no CEU. Afinal, a moda da periferia traz como contribuição ao mundo fashion a diversidade de pessoas e, por ter um caráter de resistência, é mais humana.
Diante desse projeto, que traz toda a estrutura profissional do Fashion Week para a periferia, Alex Santos, morador de Paraisópolis de 27 anos, que já era envolvido com agência de modelo desde os 15 anos, teve a ideia de criar o “Periferia Inventando Moda” (PIM) a fim de formar pessoas da própria comunidade (estilistas, modelos, fotógrafos, maquiadores e cabeleireiros) para o mundo da moda. Ele desenvolveu essa iniciativa enquanto cursava design de moda e, a partir dela, tem o objetivo de representar a periferia no setor fashion.
Alex Santos afirmou que “Por meio da moda, a comunidade, composta pela mistura de pessoas, encontra um jeito de cada um mostrar sua personalidade única”. Além disso, ele comentou sobre o estilo dos adolescentes “Na periferia, eles se inspiram, principalmente, nos artistas internacionais, mas sempre colocam sua personalidade nas roupas”.
O preconceito em relação à moda usada na periferia e, até mesmo, criada por estilistas da comunidade ainda é recorrente nos dias de hoje. “Um artista da periferia não pode fazer alta costura? A moda é geral, universal, não só para a elite”, finalizou o fundador do PIM.
Lucas Rodrigues, um dos quatro sócios do Jacaré Moda, produtora que leva a favela do Rio de Janeiro para o mundo da moda. Tendo sua origem na favela do Jacarezinho, tudo começou quando Júlio César Lima, 40, queria estudar moda, mas sua condição econômica o impedia. Atualmente, o crescimento da agência abre espaço para a visibilidade da expressão única de cada comunidade em torno do vestuário. Para Lucas, alta costura e moda periférica são dois ramos diferentes; o primeiro significa algo histórico, enquanto o segundo é a expressão completa do dia a dia das comunidades. Abaixo, a entrevista na íntegra com Lucas Rodrigues.
Respondendo como nós vemos a moda: pra gente, ela existe e é natural. Ela é comportamento, atitude, tendência e resistência. Fazemos moda e criamos tendência a partir do que temos. É como o conceito da gambiarra, ressignificamos e criamos. E muitas vezes essa gambiarra é roubada de nós e apropriada pelo mercado, sendo vendida como tendência, quando fomos nós quem a criamos. Isso acontece de muitas maneiras: o funk é um ótimo exemplo.
A moda é um símbolo de resistência pra gente porque é o nosso canal de transformação. Carregamos, inclusive, o lema da #modadaresistencia, que é insistir quando toda uma estrutura social e mercadológica diz que nós não podemos e que aquele não é nosso lugar. A moda da resistência é levar meninos e meninas de periferia, favela e subúrbio à mesma passarela que outros modelos, colocando-os no mesmo lugar. É fazer essa galera periférica acreditar na sua beleza, na sua força. Tentamos abrir um espaço democrático, somos amplificadores de vozes. A moda da resistência é nosso grito de guerra.
A moda é irmã da arte. E ela é importante em todos os lugares, principalmente nas comunidades. Não é favor, não é política pública. É direito. As pessoas devem ter acesso ao conhecimento de modo geral. A moda possibilita nos conectar com outros lugares, ver outros mundos e abrir a mente para o conhecimento que vai além da estética. Estamos falando de conceito de moda de verdade, honesta e sustentável e não dessa banalidade falaciosa que temos ouvido por aí que só faz reforçar o mercado de consumo.
É essencial que jovens periféricos cresçam sabendo que eles também são a moda e que existem outros caminhos. Nem todo favelado precisa ser militar ou fazer um curso técnico de cabeleireiro ou, por exemplo, administrativo. Por que jovens periféricos não podem estudar Belas Artes, cinema e moda?
A alta moda é, dentre muitas coisas, baseada em pesquisa, estudos etc. A alta moda pra gente significa história. É clássica e serve de inspiração, mas muitas vezes ela está muito longe da nossa vivência e é quase impossível identificar seus códigos.
Chamamos de “moda periférica” o que aquilo que pra nós é vivência. Mas também acreditamos que não deveria existir essa divisão: alta moda x moda periférica. É simplesmente moda. Ponto. E o lugar onde ela surge é na periferia. O desafio dos que fazem moda aqui tem sido mostrar aos que fazem “alta moda” (e que, consequentemente, ditam padrões) que é possível fazer trabalhos de qualidade atingindo periféricos e não-periféricos. Fazendo moda, trazendo pesquisa, conceito e verdade ao trabalho.
Vou falar a partir de 2015, que foi quando nos tornamos uma empresa. Muita gente de diferentes partes da periferia já foi alcançada de algum modo pela produtora. Temos pessoas colaborando com a gente de diferentes territórios e as mensagens que disseminamos acabam chegando a lugares que a gente não vê.
Já estivemos em programas de TV como Caldeirão do Huck e fizemos parcerias com Sebrae. Hoje somos personagem do novo documentário do Emílio Domingos, que se chama “Favela é Moda”, e ainda estamos com um filme-curta em etapa de finalização. Mas, mais que isso, o maior resultado tem sido o alcance da nossa mensagem. É muito bom ver pessoas de vários lugares do país se sensibilizando e se identificando com a gente. Já existem coletivos, empresas, movimentos começados nas periferias e outros lugares do Brasil, principalmente Nordeste e São Paulo, mas eles precisam ganhar visibilidade. E essa questão é muito delicada, porque para que isso aconteça, precisamos quebrar o bloqueio que existe naqueles que são os responsáveis por “permitir” que outros apareçam. Mas resistir é isso, ainda que o espaço não seja consentido, a gente o cria.
Esses grandes movimentos que temos visto surgir de locais que até então não estavam no centro das discussões tem muita relação com os grandes movimentos globais, como a democratização do conhecimento e do acesso. Muito pela internet, mesmo apesar de grande parte da população não ter acesso a uma rede. Mas, os grandes centros urbanos e suas periferias já estão mais organizados e desenvolvendo suas fortalezas, por isso esse movimento todo de observação das periferias.
A produção na periferia representa a história de resistência da comunidade, e agora busca seu lugar na indústria da moda. Constantemente, a moda periférica é comparada e até rebaixada à alta moda, o que dificulta sua expressão e a representatividade que pretende passar. Apesar desse impasse, mudar para se encaixar na indústria capitalista atual não é o objetivo, mas sim ter visibilidade em torno da sua importância como expressão que permeia a maioria da sociedade brasileira. Lucas Rodrigues, durante a entrevista, expressa exatamente isso, quando diz brevemente sobre os padrões ditados pela alta moda, que ignora o fato de que se pode ter qualidade na produção da periferia e comunidade no mundo da moda.
Projeto em Paraisópolis quer formar elite de moda da periferia
‘Não fazemos assistencialismo, estamos no horizonte do empreendedorismo’, diz co-fundador da iniciativa que oferece oficinas e cursos gratuitos em parceria com a USP
Na foto, da esquerda para a direita: Alan Jesus, Alice Marques, Alex Santos, Luan Costa, Rogerio Rocha e Beatriz Rocha Foto: Rafael Arbex/ ESTADÃO
Favela e elite, universidade e inclusão, empreendedorismo e projeto social: os conceitos à primeira vista contrastantes encontraram como denominador comum uma iniciativa na Zona Sul de São Paulo – o Periferia Inventando Moda (Pim). Instalado em Paraisópolis, segunda maior favela da cidade com cerca de 100 mil habitantes, o Pim oferece oficinas preparatórias para modelos, maquiadores e cabeleireiros desde 2014. Agora, está expandindo seus domínios.
Junto com a Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP) e a Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas em Moda (Abepem), lança a UniPim, uma escola de moda com programação de cursos gratuitos, com temas como mídias sociais, branding e fotografia, com certificação da USP. Além das oficinas Start, como são chamadas as aulas, haverá uma série de painéis com nomes influentes da moda para debater temas relacionados ao mercado.
“O projeto é interessante porque tem uma perspectiva de transformação social muito grande. Os jovens conseguem colocação no mercado de trabalho e, por isso, a gente entendeu que é importante estarmos juntos, cumprindo o papel da universidade de diálogo com a sociedade, suprindo essa carência de informação”, explica a dra. Clotilde Perez, chefe do Departamento de Publicidade e Relações Públicas da ECA/USP e responsável pela curadoria acadêmica da UniPim.
Elite da periferia
“As pessoas ainda olham a favela com muito preconceito”, diz o produtor cultural e psicólogo Nil Santos, co-fundador do projeto ao lado do estilista Alex Santos. “O mercado de moda é muito fechado e disputadíssimo. Quem faz evento de moda acaba caindo na dinâmica de chamar sempre as mesmas marcas, mesmos profissionais. Quebrar esses padrões é que é difícil”.
“Só por morar na comunidade, as pessoas já vivem o estigma das drogas, da violência. A gente quer devolver a essência delas, mostrar que elas são capazes de conquistar um lugar que nunca pensaram poder conquistar”, completa Alex.
Ao ocupar espaços não comumente frequentados por quem vem da favela, os fundadores do Pim e seus alunos têm rompido barreiras importantes. Para Mariano, aliás, “a moda deve ser elitista – o conceito de elite é que está equivocado”. “Aqui, tento formar uma elite de moda da periferia. A elite no Brasil não vem do mérito, mas de apadrinhamento e dinheiro. Quero mostrar que isso não basta, que ser da elite significa fazer parte do grupo que está mais preparado, dos melhores”, explica.
O conceito de assistencialismo, frequentemente associado a projetos sociais, também é algo que a dupla tenta ressignificar. “Não fazemos assistencialismo. Estamos no horizonte do empreendedorismo”, fala Nil. “Você capacita a pessoa para que ela consiga galgar posições no mercado em pé de igualdade [com quem está fora da periferia]”, pontua. Tem mais. “Nosso objetivo não é exaltar o ‘pobrismo’, a favela pela favela. A gente não ama a favela, quer sair da favela. A gente não cultua a pobreza. Só queremos mostrar o nosso melhor”.
Nil Mariano e Alex Santos, os nomes por trás do Periferia Inventando Moda Foto: Natália Guadagnucci/ ESTADÃO
“Boa vontade não basta”
No segundo semestre, Alex e Nil pretendem ampliar a programação de oficinas, incluindo aulas como as de criação de moda e visagismo. Os planos são de expansão, mas a iniciativa ainda enfrenta um desafio comum à grande parte dos projetos independentes no país: a falta de recursos.
Em busca de patrocínio, a dupla pretende lançar uma vaquinha virtual e se inscrever em editais para conseguir apoio da Prefeitura – que, por enquanto, restringe-se à liberação do espaço do CEU Paraisópolis para as aulas da UniPim. O trabalho voluntário de professores e o apoio de empresas, como o Grupo Leader e a Vult, tem dado fôlego ao orçamento, mas ainda não é suficiente.
“Boa vontade não basta. Quando você começa um projeto como este, vê muita boa vontade surgindo de todos os lados. Mas como traduzir isso em uma ação precisa, que vá fazer diferença? É preciso foco e trabalho duro, tanto da nossa parte quanto dos alunos. Sem dinheiro, tudo fica mais difícil”, afirma Mariano.
Ao centro, Alex Santos. Da esquerda para a direita, em pé: Beatriz Rocha, Alice Marques, Luan Costa, Alan Jesus e Rogerio Rocha Foto: Rafael Arbex/ ESTADÃO
União e força
Mais do que oferecer capacitação, a escola quer ampliar o horizonte profissional desses jovens, segundo Nil. “É o que chamo de empreendedorismo pessoal, de encontrar na moda uma carreira que não havia nem sido pensada antes”, fala. Os alunos endossam o coro. Para Beatriz Rocha, de 21 anos, a UniPim revigora a ideia de que cada um tem sua própria essência. “A moda não deve ser algo que só quem é privilegiado edita”, diz ela, que participa da oficina de modelos há um ano.
Na oficina de modelos, ministrada pelo próprio Alex Santos, os ensinamentos vão além da postura na passarela e das poses para fotos. O estilista quer estimular discussões entre os alunos, levando temas relevantes e informação dos mais variados campos da moda para as aulas, que acontecem todos os domingos. “As agências [de modelos] ainda buscam um padrão. Aqui a gente aprende a valorizar as nossas diferenças. Não precisa ser alto, magro ou branco para ter espaço”, diz Alan Jesus, de 18 anos, que também frequenta a oficina.
“Em Paraisópolis, mexeu com um, mexeu com todos. A gente trouxe isso para o Pim. E assim estamos atingindo lugares que nem imaginávamos ser possível”, completa o criador Alex Santos. “A vida fica mais fácil quando a gente se ajuda”.
Serviço
Pim
Rua Major José Marioto Ferreira, 12B, Paraisópolis
Tel.: 98776-8848
Fontes:
MARIANA BELLEY – O ESTADO DE S.PAULO
NATÁLIA GUADAGNUCCI – ESPECIAL PARA O ESTADO DE S. PAULO