#SentaQueLaVemoEdhie – Alta moda & Moda da periferia: Estão HOJE muito distantes?


 
Os dois lados do mundo fashion são distintos, mas ambos refletem a diversidade e o comportamento da sociedade brasileira.
 
O termo alta costura teve origem na França e foi utilizado pela primeira vez, em 1858, como uma referência ao trabalho do inglês Charles Frederick Worth, que realizou o primeiro desfile com modelos de que se tem notícia.
 
Antigamente, as roupas provenientes da alta moda eram criadas com a função de vestir pessoas de forma apropriada para determinadas ocasiões, como casamentos, bailes de formatura e noites de gala. Além disso, elas eram responsáveis por passar uma imagem sensual ou elegante da mulher, para demonstrar sua classe e bom gosto. Em contraposição a isso, nos dias atuais as coleções de alta costura existem para celebrar a glória, a técnica, a excelência e a tradição da moda francesa.
 
O Sindicato da Alta Costura existe desde 1868, em Paris, e foi criado por uma associação de artesãos. Ele é caracterizado como uma câmara que determina quais grifes podem usar o termo alta costura, sinônimo de excelência de trabalho. Atualmente, mais de 40 marcas fazem parte dessa seleção, e entre os membros permanentes estão Chanel, Christian Dior, Givenchy. Para garantir a qualidade do serviço dos estilistas, o Sindicato mantém uma escola, desde 1928, com curso de estilismo e modelagem para costureiros e criadores que quiserem entrar nesse ramo.
Um grande defeito da alta moda é o fato de ela não ser acessível, afinal um vestido pode custar 300 mil dólares. Além disso, a maior parte dos desfiles das maiores marcas são fechados para jornalistas e influenciadores. Ela exclui grande parte da população, que não consegue ter fácil acesso a esse mercado.
 
Assim como as propagandas, o padrão da alta moda recorre a mulheres altas, brancas e magras para editoriais e desfiles. Este “padrão” surgiu quando a cultura do consumo cresceu e, também, o ramo da moda e das modelos, diante dos conceitos de raça e classe dos anos de 1920. Dessa forma, a falta de diversidade racial permanece até hoje nas passarelas e editoriais.
Mesmo hoje, com Naomi Campbell, Tyra Banks, Jourdan Dunn, e além do boom das mídias sociais que levaram as pessoas para dentro dos desfiles, aproximando ainda mais os padrões da passarela das mulheres que não fazem parte dessa indústria, modelos e celebridades se misturam, mas o padrão da passarela e das campanhas de moda continua sendo, majoritariamente, magro e branco.
 
Como a alta moda é vista na sociedade? Como a moda das passarelas vai para a rua? Simples, a alta moda, na sociedade, é vista como um sonho, porque é isso que ela é. Ela não é acessível para todas as pessoas, pois são peças feitas à mão, sob encomenda. Quando as pessoas veem a roupa da alta costura, elas imaginam que aquilo é inatingível e, ao mesmo tempo, a alta costura pode não ser muito usável. A alta moda de passarela, quando é mais “ready to wear”, já é mais acessível e a sociedade vê como algo de desejo, porque alguma celebridade usou tal peça ou fica legal com ela. 
 
Desde os anos 2000 e o surgimento da moda Fast Fashion, muitas pessoas misturam a roupa barata com uma roupa mais cara. Então, a alta moda é influenciada bastante pelo street style e, ao mesmo tempo, é muito inspirada pelo passado. O street style combinado com a alta moda é um jeito que as pessoas misturam várias peças de marcas diferentes, então não é estar todo vestido de Chanel. Você mistura peças inusitadas, mas acaba dando certo, e esse mix de influências cria uma nova história, talvez para uma coleção de alta moda, tá aí onde a moda criada na periferia entra nas looks mais badalados de uma marca renomada, é aí que os “dois” mundos se entrelaçam! 
 
 
 
Edhie  Colucci

itclosetblog

https://www.itclosetblog.com/
@edhiecolucci
 
 
 

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