#vicknewsemSampaCity: SPFW N41: confira o line-up oficial da temporada
Parece até nome de gripe (H1N1), mas não é.
A nova nomenclatura escolhida para identificar a próxima edição da principal semana de moda brasileira — SPFW N41 — tem a ver com a quebra de paradigmas e uma mudança significativa na engrenagem.
A São Paulo Fashion Week que começa na segunda-feira (25) não trará mais o nome da estação (primavera/verão ou outono/inverno). Segundo explicou o diretor-geral do evento, Paulo Borges, em um live no Facebook, realizado na tarde desta segunda-feira (18), caberá ao estilista dizer se é uma coleção primavera-verão ou outono-inverno, ou até com outro nome, como já vem acontecendo.
— Essa questão do clima não influencia mais a construção de uma coleção, não determina o seu produto. A velocidade é tão rápida, o mundo é global, já há uma convivência de coleções de estações diferentes. No caso do N41, nós nos antecipamos como semana de moda e a tiramos da nomenclatura a indicação de temporada.
Matérias-primas tecnologicamente desenvolvidas para transitar entre os climas (lãs e couros para verão; algodões para inverno, por exemplo), também concorrem para tirar o sentido das coleções sazonais. Segundo Paulo Borges, já tem muito tempo que as marcas e os estilistas não fazem só duas coleções por ano.
— A moda ganhou uma velocidade, que é a velocidade do consumidor.
E é de olho nesse consumidor e nesta velocidade que o SPFW está. Para Paulo Borges, o consumidor é o novo fator determinante de todas as transfomações pelas quais a moda está passando. Com as redes sociais e mídias digitais, tudo é imediato, gera uma imagem, e nada, na opinião dele, pode tirar tanto partido dessa agilidade do que a moda.
— Esta será uma edição baseada na inovação das comunicação com as redes, uma edição especial para as redes.
A moda sempre buscou um desejo de se ampliar no ponto de vista de relevância, de abrangência, de alcance, analisa Paulo Borges, e o que de fato trouxe isso para a moda foi a rede social.
— Você consegue passar informação de forma instantânea, sem limite geográfico e territorial. É uma loucura, é um benéficio, mas também é o calcanhar de aquiles do processo, porque a informação chega rapidamente, mas o produto não tem a mesma velocidade para ser feito.
Esta mudança de data e de estratégica visa, exatamente, apresentar o desfile mais perto do momento que o produto chega ao varejo. Com isso, a engrenagem se altera pouco. O showroom (onde a coleção é mostrada a clientes e imprensa) se mantém em outubro/novembro; março/abril, porém, haverá uma operação com embargo de informações.
— Mercado e imprensa deverão acompanhar o lançamento, o momento em que a grife mostra sua imagem de coleção. A ferramenta do desfile, que é fenomenal em termos de audiência, esta sim ficará a serviço do consumidor, mais na boca do varejo.
Paulo Borges, talvez de forma visionária, sempre se propôs a construir um projeto de moda de três décadas no Brasil. Na primeira, foi feito o alicerce, organizando o calendário, fomentando uma imprensa de moda e educando o olhar do consumidor. Na segunda, a preocupação foi com a globalização da moda nacional. E na terceira, que se inicia, o foco são os negócios.
— Muitas questões foram invoadoras e autênticas da SPFW. Fazer transmissão dos desfiles ao vivo, por exemplo. Fazemos desde 2001. Até pouco tempo era uma heresia. Para o Brasil, eu sempre entendi que era uma ponte de diálogo da moda com o público. A internet seria uma ponte na construção dessa cultura, desse mercado, desse negócio.
Paulo também celebra o fato de que a próxima edição conta com um recorde de patrocinadores, com 19 apoiadores. E credita o sucesso à relação de parceria que firma com os apoiadores, além, é claro, de estar aberto à negociação. Mas não há como negar que, diante da crise, é preciso baixar os custos de quotas de patrocínio, o que, naturalmente, levaria a um aumento no número de participantes. Para Paulo, a questão não é essa. Trata-se, de fato, de um entendimento do mercado da eficácia do SPFW como uma plataforma de relacionamento, de interatividade e de inovação.
— A crise não vai prejudicar o calendário da moda. A moda é muito orgânica, o brasileiro é muito resiliente, tem uma capacidade de se refazer, de se reinventar, do que a maioria do mundo. Empresas são afetadas, pode haver o deseaparecimento de algumas marcas, surgimento de outras. Estamos fazendo tudo o que sempre fizemos, mas é tudo novo, a crença, o processo, a legitimidade, a alma, o valor.
Estreias e gênero
Algumas das estreias desta SPFWN41 refletem exatamente esse “igual mas diferente”. É o caso de Amir Slama, que já participou diversas vezes quando tinha sua marca de moda praia, a Rosa Chá, e agora volta como grife. Será a primeira participação de Amir Slama como Amir Slama. Quem também saiu, mas continua, é Alexandre Herchcovitch. Ele deixou a direção criativa de sua marca, que foi vendida para a InBrands. Mas é dele a direção criativa da À La Garçone, marca que pertence a seu marido, Fabio Souza.
Também haverá a estreia da Amabilis, do Espírito Santo, que é resultado de um projeto do inMod com o Sebrae. A Vix, de moda praia, pria, a A.Brand, do grupo Animale, e duas marcas masculinas (Murilo Lomas e a Cotton Project) completam o time de novatos.
Para Paulo, o masculino não perde a força, a despeito do crescimento da ideia de uma moda sem gênero, uma vez que, nas extremidades, o gênero se manterá.
— Não tem mais tendência, não tem mais estação, a moda vai servir a pessoas. Nas pontas as diferenças vão se manter, mas quando começa a aproximar, a moda vai se harmonizar, vão haver roupas que serão consumidas tanto por homens quanto por mulheres. Isso é uma realidade. A moda não inventa nada que não esteja na cabeça das pessoas, ela é a fotografia do contemporâneo da sociedade. E a sociedade está discutindo igualdade dos gêneros, natural que isso comece a aparecer na roupa. É mais uma ideia, as coisas não se excluem, elas se incluem.
Confira o calendário:
Domingo, 24/04
19h30 Fause Haten
Segunda, 25/04
17h Lilly Sarti
18h Uma Raquel Davidowicz
19h Amabilis – Projeto Top 5
20h Apartamento 03
21h Ronaldo Fraga
Terça, 26/04
10h Paula Raia
11h30 Osklen
12h30 Vix
15h Lolitta
16h Adriana Degreas
17h A.Brand
18h Patricia Viera
19h Juliana Jabour
20h PatBo
21h Karl Lagerfeld para Riachuelo
Quarta, 27/04
10h Vitorino Campos
12h Reinaldo Lourenço
15h Isabela Capeto
16h Iódice
17h Lenny Niemeyer
18h À La Garçonne
19h Samuel Cirnansck
20h Triya
21h Ellus 2nd Floor
Quinta, 28/04
12h Gloria Coelho
15h30 Água de Coco por Liana Thomaz
17h João Pimenta
18h Salinas
19h Murilo Lomas
20h Amir Slama
21h Helo Rocha
Sexta, 29/4
11h Lino Villaventura
12h Esther Bauman – Acquastudio
15h Wagner Kallieno
16h30 GIG Couture
17h30 Ratier
18h30 Cotton Project
20h Ellus
A 41ª edição do São Paulo Fashion Week (SPFW N41) será realizada entre os dias 25 a 29 de abril de 2016, no Pavilhão da Bienal do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, apenas para convidados. Mas podem esperar muitos lives no Face, snaps, insta e postagens de todo gênero, ao vivo, de lá.
Se liguem nas news que transmitirei de lá.
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